terça-feira, 28 de outubro de 2008

Semifinal - Grêmio 0 x 1 Ponte Preta


Foto: Luiz Avila (Zero Hora)

Foto: Nico Esteves (Placar)


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GRÊMIO PREVÊ RENDA DE Cr$ 11 milhões
Expectativa de 85 mil torcedores

 
Se os 75 mil ingressos forem vendidos, a renda de hoje no Olímpico deverá chegar aos Cr$ 11 milhões – um recorde no Rio Grande do Sul. Os dirigentes gremistas acreditam que o Olímpico receberá mais de 85 mil torcedores, pois os sócios pagam separado o seu ingresso e o dinheiro é repassado depois para o borderô da partida.

 
Os preços para o jogo de hoje forma aumentados em relação a outras partidas: mil cadeiras numeradas a Cr$ 300; 25 mil arquibancadas superiores a Cr$ 3000; 25 mil arquibancadas inferiores a Cr$ 70,00; 10 mil sociais a Cr$ 70,00; 5 mil menores a Cr$ 20,00. É certo que a maior parte dos ingressos já deve estar nas mãos de cambistas, e por isto mesmo bem mais caras. As bilheterias do Estádio Olímpico deverão abrir às 9 horas da manhã. A direção do Grêmio recebeu diversos pedidos de reservas de ingressos do interior do estado, o que deverá trazer alguma dificuldade para a compra hoje.” (Zero Hora, domingo, 26 de abril de 1981)









OS RECORDES DESTA TORCIDA
Maior público e renda no Rio Grande do Sul. E o público no Olímpico sofreu muito também

 
Foram 98.499 corações batendo apressadamente durante 90 minutos, vibrando com o Grêmio que perdeu por 1 a 0 para a Ponte Preta, mas garantindo a sua vaga na decisão da Taça de Ouro e na Libertadores. Foi uma torcida que sofreu deste o momento do gol de Osvaldo aos 20 minutos do primeiro tempo. Mas esta torcida bateu todos os recordes de público e renda no Rio Grande do Sul. Os ingressos um pouco mais caros resultaram num total de Cr$ 11.142.990,00 – e 85.721 foram quem pagaram ingressos; 12.778 não pagaram: eram menores de 12 que não pagam nada no Olímpico, pessoal de imprensa e convidados especiais do próprio Grêmio. [...]" (Zero Hora, segunda-feira, 27 de abril de 1981)





Ruy Carlos Ostermann  - “DERROTA INSUFICIENTE

Um público maravilhoso, o maior que já pagou ingresso em Porto Alegre e o maior que já assistiu a um jogo — foram 12.721 que entraram com carteirinha, a serviço ou no bolo — teve de resignar-se com uma derrota do Grêmio para a Ponte. E teve de admitir a curiosa mas verdadeira ambigüidade: que a derrota não era suficiente e havia a classificação para a Libertadores depois dela e o direito de decidir com o São Paulo sexta no Olímpico e domingo no Morumbi. Por isto, na saída do estádio havia, no melhor exemplo que era o Patrono Fernando Kroeff, um rosto amargurado pela derrota quase anulando o sorriso e os olhos brilhantes motivados pela classificação.

Dizer-se que foi capricho de um campeonato mal planejado e erro: o Grêmio se classificou derrotado por 1 a 0 pela Ponte por força indiscutível do retrospecto melhor que conquistara no campo, nos jogos anteriores. Foi a vitória em Campinas, num jogo de surpresa e muita determinação, que permitiu a sobra de ontem, tão grande que nela coube esta derrota insuficiente.

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Mas o Grêmio, pelo que jogou ontem, não ganharia o jogo para sua imensa e entusiasmada torcida: jogou mal, descontrolado, errado na maior parte do tempo, com erros técnicos e coletivos e muito descompassado. A Ponte jogou bem melhor do que fizera em Campinas. Tocou a bola, como sempre, aproximou seus principais ¡jogadores (Edson, Odirlei, Lola, Osvaldo, Humberto, Nenê, não pela ordem nem pelo lugar mas pela importância de cada um). No primeiro tempo avançou Osvaldo, juntou-o a Lola em cima de Newmar e De León e formou assim o Grêmio a atrasar China para a cobertura dos zagueiros de área; abriu-se um espaço dolorosamente grande entre China e seus dois companheiros, Paulo Isidoro e Vilson Tadei — era a área de manobra da Ponte.

O resultado de primeiro tempo, 1 a 0, foi correto, mas a incapacidade da Ponte em chegar a um gol mais também pareceu correta.

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 Baltazar chutou uma vez só, Tarciso lambem só uma vez, o Grêmio no total chutou apenas 9 vezes em 90 minutos de jogo. Mas a Ponte, que precisava fazer ao menos dois gols, fez um, de cabeça, numa cobrança de falta da linha de fundo, e chutou menos ainda do que o Grêmio, sete vezes no total. Pouco, tão pouco que fazer gois, ontem, era tarefa duríssima para quem perdeu e para quem ganhou. A Ponte, que teve maior insistência, iniciativa e bola sob controle, insistiu — por força da característica dominante de seus jogadores que estavam na frente — no toque de bola mesmo na hora em que se exigia o chute.

Foi, inegavelmente, uma das vantagens materiais que o Grêmio teve a seu favor.

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E ganha, agora, do São Paulo? Pois pode ganhar, se o Botafogo ganhou uma vez e ontem estava ganhando de 2 a 0 quando começou a perder num gol de pênalti do São Paulo. O futebol é uma atividade lógica: o São Paulo tem mais time do que qualquer outro time em atividade no pais este ano mas leva gols (três na decisão com o Botafogo) e pode continuar levando. No Olímpico ao menos.

O Grêmio terá de melhorar muito. Mas nem precisa porque ¡á está na Libertadores e agora tudo é vantagem.” (Ruy Carlos Ostermann, Zero Hora, segunda-feira, 27 de abril de 1981)











"O time de Tarciso – De León, Baltazar, China, Casemiro, Paulo Isidoro e companhia – poderia até perder por 1 a 0. Foi justamente o placar do embate com os paulistas. Apesar da derrota, a torcida comemorou fervorosamente a classificação para a decisão do campeonato. “Eu nunca tinha visto o Olímpico com torcedores tão empolgados. Foi uma loucura. Era um momento de busca por algo inédito, mas havia uma grande organização da torcida”, comenta Tarciso.

Para o ex-atacante, o tropeço em casa diante de quase 100 mil torcedores mudou a postura do time para a final contra o São Paulo: "A gente sabia que seria um jogo difícil. Só que o problema foi que a Ponte apareceu aqui com outro esquema de jogo. Nos enganaram e a gente demorou para entender como eles estavam jogando. Acabou que a Ponte nos empurrou para trás e conseguiu o gol. Acho que nos fechamos muito por causa da vantagem. Mas o erro ensina".

E ensinou. Na decisão de 81, o Tricolor gaúcho não deu chances para os são-paulinos. O primeiro jogo no Olímpico terminou 2 a 1. No duelo de volta, outra vitória dos gremistas, agora por 1 a 0. "A derrota na semifinal foi muito importante, porque nos deu uma visão bem ampla do que precisaríamos para ser campeões. Não basta só querer, tem que jogar e ter vontade", conclui Flecha Negra." (Correio do  Povo - 27 de novembro de 2012)

Foto: Manchete (Fonte: Acervo Histórico do Grêmio)



Foto: Jurandir Silveira (Correio do Povo)


Foto: Antônio Pacheco (Zero Hora)




Foto: Luiz Armando Vaz (Zero Hora)











Fontes: Zero Hora, GloboEsporte, Correio do Povo e Correio Popular


Grêmio 0x1 Ponte Preta



GRÊMIO: Leão; Uchôa, Newmar, De Léon e Casemiro; China, Paulo Isidoro, Vilson Tadei e Renato Sá (Jurandir); Tarciso e Baltazar.
Técnico: Ênio Andrade

PONTE PRETA: Carlos; Edson Boaro, Nenê Santana, Juinho Fonseca e Odirlei; Celso, Humberto, Oslvado e Zé Mário; Serginho e Lola
Técnico: Jair Picerni

Brasileirão 1981 - Semifinal - Jogo de Volta
Data: 26/04/1981, domingo, 17h00min
Local: Olímpico, Porto Alegre-RS);
Público: 98.499 (85.721 pagantes)
Renda: Cr$ 11.142.990,00
Árbitro: Maurílio José Santiago (MG)
Auxiliares: Alvimar Gaspar dos Reis e Edson Alcântara de Amorim
Cartão Amarelo: Odirlei (PP)
Gol: Osvaldo, aos 20 minutos do 1º tempo



2 comentários:

Junião Macaco disse...

O gol do Grêmio de empate em Campinas foi irregular o jogador do time gaúcho dominou a bola com a mão dentro da área resultando no empate em 1 a 1, assim o jogo ficou 3 a 2 pro Grêmio e na real era pra ter sido 2 a 2 e a Macaca que era pra ter ido á final

Anônimo disse...

PONTE PRETA AMOR MAIOR.....